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Morador de condomínio suspeito de agredir porteiro negro no RS é indiciado por injúria racial, ameaça e lesão corporal

Escrito por   em 12/03/2024

Investigado confirmou a dinâmica dos fatos em depoimento à polícia, mas negou as ofensas racistas. Ele vai responder em liberdade. Morador de condomínio é suspeito de agredir porteiro negro em Porto Alegre
O morador suspeito de agredir o porteiro negro Rodinei Antônio Xavier, de 53 anos, em Porto Alegre, foi indiciado pelos crimes de injúria racial, ameaça e lesão corporal. O inquérito foi concluído nesta terça-feira (12) pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI).
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O nome do investigado não foi divulgado pela Polícia Civil. Ele vai responder em liberdade. O inquérito será enviado ao Ministério Público que pode denunciar, ou não, o suspeito.
A advogada Gabriela de Lia Pires, que representa o suspeito, afirmou ao g1 que “não é surpresa o posicionamento da delegada, já que ela havia manifestado esta conclusão antes mesmo do fim das investigações”. A defesa acrescenta que vai aguardar o posicionamento do Ministério Público para se manifestar nos autos de um eventual processo.
A delegada Tatiana Bastos, à frente do caso, disse ao g1 que ouviu testemunhas, o suspeito e a vítima. O inquérito foi concluído com base no boletim de atendimento hospitalar do porteiro. Um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) deve ser concluído em até 30 dias. O caso aconteceu no dia 21 de fevereiro e repercutiu após a divulgação das imagens nas redes sociais.
O suspeito confirmou, em depoimento à polícia, que houve um desentendimento entre os dois, que xingou o porteiro, mas negou as ofensas racistas. Segundo a investigação, ele confirmou que é “uma pessoa que não tem calma” e que “com facilidade fica agressivo”.
O homem negou que tenha usado termos racistas contra o porteiro.
“Ele mesmo assume que estava descontrolado. Inclusive, ele repete para nós o que ele falou, né, as agressões verbais que ele utilizou. Ele só nega que tenham sido de cunho racial, mas sustenta, inclusive, o que ele falou, que ele proferiu ofensas verbais à vítima”, disse a delegada.
A delegada acrescenta que o morador teve um incidente anterior com o porteiro, mas o episódio não gerou ocorrência policial.
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Arquivo Pessoal
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Relato do porteiro
Ao g1, o porteiro Rodinei Antônio Xavier, 53 anos, disse ter sofrido ofensas racistas já no contato por telefone. O morador desceu até a portaria e, segundo Rodinei, voltou a ofendê-lo de forma racista, além de ter desferido socos.
“Ouvi no fundo [do telefonema] o cara me ofendendo ‘negro de m*, negro macaco’. Eu bati o telefone no gancho. Quando eu percebi nas câmeras, vi que ele estava descendo. Aí, ele me xinga novamente e me desfere os golpes”, afirma.
O porteiro conta que estava trabalhando em um turno de 12 horas quando, por volta das 21h30, um motoboy chegou para fazer a entrega de comida para um morador.
O entregador indicou o número do apartamento. No entanto, como o condomínio tem 10 torres, Rodinei precisou descobrir para quem era a entrega.
“Eu fui procurar no livro de moradores. Achei que era de uma das torres. O motoboy desistiu e foi embora quando eu estava localizando. Liguei para a moradora porque o interfone estava estragado e não tive sucesso. Depois, ela retorna perguntando se o entregador estava ali, e eu disse que ele já tinha ido embora”, relata Rodinei.
Foi nesse momento que o porteiro ouviu as primeiras ofensas racistas, ele relata. Segundo Rodinei, o morador procurou o síndico e desceu para a portaria. Logo em seguida começaram as agressões, que são flagradas pelas câmeras de segurança.
Outro morador, que teria ouvido a discussão, também desceu. O homem aparece nas imagens segurando o vizinho que agredia Rodinei.
A Brigada Militar (BM) foi acionada. Os policiais chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que encaminhou o porteiro para o Hospital de Pronto-Socorro. Após o atendimento, Rodinei passou por exames no Instituto-Geral de Perícias (IGP).
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